sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Amamentar?


Como e Porquê Amamentar?
O ideal é que o bebê seja alimentado exclusivamente ao seio nos seis primeiros meses (evitando inclusive a água e chás). Mas a amamentação traz também grandes benefícios para os bebês depois dos seis meses!
Segundo a Organização Mundial de Saúde os bebês deveriam ser amamentados, com complemento, no mínimo até ao 2º ano de vida. Os benefícios da amamentação continuam mesmo para crianças maiores.
Mas a amamentação, não traz benefícios apenas para o bebê. É muito importante também para a mulher, a família e até para o meio ambiente!
Vamos saber porquê:

Vantagens para o bebê.

De uma forma geral, as crianças que mamam ao peito são mais inteligentes.
Um estudo feito na Nova Zelândia, durante 18 anos, com mais de 1.000 crianças provou que aquelas que foram amamentadas eram mais inteligentes e tinham maior sucesso na escola e universidade.
(Horwood and Fergusson, "Breastfeeding and Later Cognitive and Academic Outcomes", Jan 1998 Pediatrics Vol. 101, No. 1).

Todos os bebês precisam dum contato íntimo com a mãe. Inúmeras pesquisas mostram que bebês que não tiveram contacto físico tem maior risco de adoecer e até de morrer.
Na amamentação, o contato físico é maior e proporciona à mãe e ao bebê um momento de grande aproximação diária. Essa ligação emocional muito forte e precoce pode facilitar o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com outras pessoas.
Mesmo com amor e em boa fé, os pais que responsabilizam outros pela amamentação dos seus filhos têm sempre uma tendência em deixar a criança a se alimentar por si própria (especialmente as crianças maiores), que além da inconveniência da falta de contato físico, a criança está mais propícia em se engasgar ou ser vítima de outros problemas.

O desenvolvimento psicomotor e social dos bebês amamentados é claramente melhor e resulta, na idade de um ano, em vantagens significativas.
(Baumgartner, C.,"Psychomotor and Social Development of BreastFed and Bottle Fed babies During their First year of Life". Acta Paediatrica Hungarica, 1984).

Leite materno contém endorfina, substância química que ajuda a suportar um pouco mais a dor. É uma boa idéia amamentar o bebê logo de início; ajuda a superar dores (como as resultantes de efeitos secundários de certas vacinas) e o próprio leite materno também reforça a eficácia da vacina.

O leite materno, contém todos os nutrientes de que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida.
Tem água em quantidade suficiente, mesmo em clima quente e seco o bebê que apenas mama no seio não precisa de água.
Contém proteínas e gorduras mais adequadas para a criança e na quantidade certa;
Também tem mais lactose (açúcar do leite) do que os outros leites;
Vitaminas em quantidades suficientes. Não há necessidade de grandes suplementos vitamínicos (excepto a vitamina A, C e D);
Tem ferro em quantidade suficiente. Não há grande quantidade de ferro, mas ele é bem absorvido no intestino da criança;
Quantidades adequadas de sais, cálcio e fósforo;
Uma enzima especial (lipase) que digere as gorduras, e por isso o leite não é "pesado" como outros. O leite materno é facilmente digerido e absorvido. A criança em aleitamento materno exclusivo pode desejar uma nova mamada em intervalo menor do que aquela que está a ser amamentada por leite de lata (maternizado).
Crianças que se alimentam ao leite de lata têm maior risco de obesidade na vida adulta.

Crianças em aleitamento materno exclusivo, têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é estéril, isento de bactérias e contém factores anti-infecciosos que incluem:
Células brancas vivas (leucócitos) que matam as bactérias (micróbios);
Anticorpos (imunoglobulinas contra muitas das infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir os seus próprios anticorpos. Se a mãe tiver uma infecção, os anticorpos logo aparecem no seu leite;
Uma substância chamada factor bífido que facilita o crescimento de uma bactéria especial (Lactobacíllus bifidus), no intestino da criança. Essa bactéria impede que outras cresçam e causem diarreias e certas enterites;
Lactoferrina que se associa ao ferro, impede o crescimento de bactérias patogénicas (ou seja, bactérias que provocam doença) que necessitam deste nutriente.

O leite de vaca, também contém fatores imunológicos de ótima qualidade, mas para o bezerro. Esses fatores só funcionam para a própria espécie, ou seja, não é tão eficaz de um animal para outro de espécie diferente. Contudo, alguns desses fatores até poderiam funcionar, mas eles são destruídos pela armazenagem e pela fervura do leite.

Nos bebês, o ato de sugar o seio é importante para o desenvolvimento das mandíbulas. Bebês que mamam têm de usar 60 vezes mais energia para conseguir o alimento que aqueles que mamam pela mamadeira. Como as mandíbulas são músculos esses são excelentes exercícios que proporcionam o crescimento saudável de mandíbulas bem formadas. Entre as crianças, quanto maior o período de amamentação, menor o risco de má-oclusão.

Por outro lado, a mamadeira com açúcar, especialmente oferecido à noite, é causador de cáries precoces.
Dificuldades de fala e com a língua são frequentes em bebês alimentados com mamadeira porque eles tentam fazer com que o leite flua de um bico artificial. Pode levar a problemas de fala, assim como a respirar pela boca e morder os lábios, entre outros.

Crianças alimentadas com mamadeira têm maior risco de desenvolver alergias. Essa questão é particularmente importante no caso de famílias com histórico de asma e outras doenças alérgicas.
Otite média é 3-4 vezes mais comum entre as crianças alimentadas com mamadeira do que as alimentadas ao seio.

Crianças alimentadas artificialmente têm maior risco de desenvolver certos linfomas (doenças dos orgãos linfáticos).
(Davis MK, Savitz DA, Graubard BI. "Infant feeding and childhood cancer." Lancet. 1988;2:365-368 e Shu X-O, Clemens H, Zheng W, et al. "Infant breastfeeding and the risk of childhood lymphoma and leukaemia". Int J Epidemiol.1995;24:27-32)

Bebês prematuros são especialmente beneficiados com a amamentação.
"O leite produzido pelas mulheres que tiveram bebês prematuros é diferentes do leite das mulheres que tiveram a gestação de 9 meses (40 semanas). Especificamente, durante o primeiro mês pós-parto, o leite de mães de bebês prematuros mantém a composição similar ao colostro - que é um leite muito mais forte.
("Hamosh, Margit, PhD, Georgetown University Medical Center "Breast-feeding: Unraveling the Mysteries of Mother's Milk".)

Os bebês amamentados têm menor risco de contrair enterecolite necrosante.
(Lucas A, Cole TJ. "Breast milk and neonatal necrotizing enterocolitis." Lancet. 1990; 336:519-1523).

Os resultados de uma pesquisa na Finlândia sugerem que a introdução de leites de vaca muito cedo aumenta o risco da criança desenvolver diabete do tipo I (juvenil, insulino-dependente).
(Virtanen et al: "Diet, Cow's milk protein antibodies and the risk of IDDM in Finnish children." Childhood Diabetes in Finland Study Group. Diabetologia, Apr 1994, 37(4):381-7).

Dados preliminares da Universidade de North Carolina/Duke University indicam que crianças amamentadas tiveram menos risco de contrair artrite juvenil ("Mother's Milk: An Ounce of Prevention?" Arthritis Today May-June 1994).

A falta de amamentação está associada ao aumento da incidência de esclerose múltipla.
(Dick, G. "The Etiology of Multiple Sclerosis." Proc Roy Soc Med - 1989;69;611-5).

Amamentação protege o bebê contra certos problemas da visão. Um estudo em Bangladdesh mostrou que a amamentação foi um fator importante de proteção para cegueira noturna entre crianças na idade pré-escolar nas áreas rurais e urbanas. O leite materno é, em geral, a maior, se não única, fonte de vitamina A nos primeiros 24 meses de vida (ou durante o período de amamentação).
(Birch E, et al. "Breastfeeding and optimal visual development." J Pediatr Ophthalmol Strabismus 1993;30:33-8 e Bloem, M. et al. "The role of universal distribution of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh.: Am J Epidemiol 1995; 142(8): 843-55).

Leite materno não contém materiais modificados geneticamente. A maioria dos consumidores não sabe o que está a comer e cada vez mais se utilizam alimentos transgênicos, que não são devidamente controlados para já. Em estudos efectuados nos EUA com leites de soja : Alsoy, Similac, Neocare, Isomil and Enfamil Prosobee, todos contêm modificações genéticas. ("Biotechnology's Bounty", M.Burros, N.Y. Times 05/21/97).

Vantagens para a mãe

A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa.
Não existe nada melhor que olhar um bebê de cinco meses de idade e saber que toda a nutrição que ele precisa vem de da própria mãe!

Proporciona mais rapidez na diminuição do volume do útero e evita a hemorragia no pós-parto. A amamentação estimula a produção de ocitocina, que estimula as contracções que vão diminuir o tamanho do útero e expulsar a placenta. Essas contrações também agem nos vasos sanguíneos da mulher diminuindo as hemorragias.

A mulher que amamenta tem menos risco de contrair cancer de mama.
Segundo estudos efetuados, se todas as mulheres que não amamentaram ou amamentaram menos de 3 meses tivessem amamentado por 4 a 12 meses, o cancro de mama entre mulheres na pré-menopausa poderia ser reduzido em 11 por cento, em relação aos números actuais.
Se todas as mulheres amamentassem por 24 meses ou mais, essa incidência seria reduzida em quase 25 por cento!
Mulheres que foram amamentadas, quando crianças, mesmo que apenas por um tempo curto, tiveram um risco 25% mais baixo de desenvolver o cancro de mama do que as mulheres que foram amamentadas com mamadeira.
(Freudenheim, J. et al. 1994 "Exposure to breast milk in infancy and the risk of breast cancer". Epidemiology 5:324-331).

A amamentação exclusiva protege contra a anemia (deficiência de ferro), já que as mulheres amamentando exclusivamente, demoram mais tempo para serem menstruadas, as suas "reservas" de ferro não são diminuídas com o periodo menstrual;

A amamentação diminui o risco de osteoporose na vida adulta. A incidência de mulheres com osteoporose que não amamentaram foi 4 vezes maior.
(Blaauw, R. et al. "Risk factors for development of osteoporosis in a South African population." SAMJ 1994; 84:328-32);

A amamentação diminui a necessidade de insulina entre as mulheres que dão o seio ao bebê. A redução na dose de insulina no pós-parto foi bastante maior entre as mulheres que amamentavam do que as que davam a mamadeira.
(Davies, H.A., "Insulin Requirements of Diabetic Women who Breast Feed." British Medical Journal, 1989);

A amamentação estabiliza o progresso de endometriose materna.
Não amamentar aumenta o risco de desenvolver cancro do ovário e cancro do endométrio. (Rosenblatt KA, Thomas DB, "WHO Collaborative Study of Neoplasia and Steroid Contraceptives". Int J Epidemiol. 1993;22:192-197 e Schneider, A.P. "Risk Factor for Ovarian Cancer". New England Journal of Medicine, 1987).

Pode ajudar a intervalar o intervalo das gestações, mas atenção, isso só acontece em certas condições especiais.

Amamentar ajuda a mulher a voltar ao peso normal bem mais rapidamente;

Amamentar é muito prático!
Após o período inicial, de adaptação, fica muito mais tranquilo. Observe mulheres que amamentam bebês maiores. Tudo que a mulher necessita é levantar a blusa e dar o peito para o bebê. Não necessita sair para comprar leites e mamadeiras, não precisa ferver o equipamento, aquecer o leite, mexer, etc.
Se a mulher dormir com o bebê na mesma cama, não precisa se levantar para preparar o leite, basta tirar o peito e colocar perto da criança; ela faz o resto.
O leite materno está sempre na temperatura ideal, não necessita em se preocupar se está frio ou vai queimar a boca do bebê!
Além de que nunca azeda ou se deteriora na mama.

Vantagens para a família.

A amamentação é mais econômica para a família.
Como os bebês amamentados adoecem menos, os pais desses bebês têm menos problemas a cuidar de crianças doentes, e tal significa mais tempo para toda a família;
Melhora a qualidade de vida das crianças e de toda a família.

Vantagens para Todos.
Amamentar é um Ato Ecológico!
Se cada mulher dos EUA desse leite de mamadeira ao seu bebê, seria preciso quase 86.000 toneladas de alumínio para produzir 550 milhões de latas por ano.
Se cada mulher da Inglaterra amamentasse, seriam economizados 3.000 toneladas de papel para os rótulos dos leites infantis.
Mas o leite não é o único problema.
Mamadeiras e bicos são feitos de plástico, vidro, borracha e silicone. A produção desses materiais é cara e constantemente não são reaproveitados. Todos esses produtos usam recursos naturais, causam poluição na sua produção e distribuição e também criam um lixo no seu empacotamento, promoção e exposição.

Fonte: CLINOTÁVORA

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