O vínculo entre mãe e bebê tem início quando este ainda está no ventre e, na verdade, não é automático e imediato. A ligação começa junto com a gestação, cresce gradativamente, e durante esse período tudo o que a mãe sente repercute no embrião e, futuramente, no bebê. Nos três primeiros meses, as mensagens por ela enviadas, se não forem positivas, tornam-se desagradáveis e podem causar desconforto para o feto, assim como o amor e o carinho passados por meio de palavras e do toque delicado no ventre o tranquilizam. Conforme o bebê se desenvolve, ele é capaz de captar e entender as emoções e sentimentos transmitidos pela mãe.
Todo bebê precisa se sentir desejado e amado, mas nos dias de hoje, com o trabalho e a vida agitada, muitas vezes o cansaço e o estresse dificultam o processo de comunicação afetiva. Neste caso, a prática de relaxamento e um ambiente calmo e tranquilizador podem resgatá-lo e propiciar um maior contato entre a mãe e o bebê, acalmando e levando para ele proteção e paz.
Quando o bebê nasce, é preciso ter sempre em mente que o aleitamento materno é um dos procedimentos mais importantes para fortalecer o vínculo afetivo e também indispensável como alimento e proteção para ele. A maioria das mães sonha com o momento único e seguramente sublime que é a primeira mamada, quando ambos se reconhecem através do cheiro, do calor e da voz da mãe. Neste momento a criança reconhece as batidas do coração materno e, como num passe de mágica, os dois se tornam um só, ligados por uma única ação, mas também por vários sentimentos. Ou seja, a mãe não está apenas oferecendo a nutrição, o leite materno. Ela está vivenciando sensações prazerosas que vão por muito tempo influenciar a afetividade entre ambos. Além disto, o contato pele a pele da mãe com o recém-nascido interfere positivamente na relação deste com o mundo.
Além dos aspectos afetivos, é preciso salientar que o leite humano é o alimento mais completo para o bebê, e que sua composição é modificada durante a amamentação: do primeiro ao sétimo dia pós-parto ele é chamado de colostro, e é rico em proteínas e imunoglobulinas e pobre em lactose e gorduras. Apesar do aspecto ralo, é de fundamental importância, já que possui anticorpos. A partir do oitavo dia e até o décimo-quarto é chamado de leite de transição, e do décimo-quinto dia em diante é chamado de leite maduro.
A presença participativa da figura paterna ou da família também tem grande importância no desenvolvimento saudável do recém-nascido, reafirmando a qualidade do vínculo estabelecido com a mãe. A separação prolongada entre ela e o bebê pode interferir negativamente na formação das ligações afetivas, acarretando danos futuros, como problemas de relacionamento social.
Em alguns casos, a relação que se estabelece por meio do aleitamento materno pode ser impossibilitada devido à mãe ser portadora de HIV ou de outras doenças, notadamente hepatite B e câncer, ou devido ao uso de medicamentos. Nestas situações, a opção é amamentar o bebê com leite recebido de um Banco de Leite Humano (BLH).
A doação de leite humano para os centros de coleta ajuda a salvar as vidas dos bebês internados em UTIs neonatais e dos filhos de mães que não podem amamentar. O BLH é um centro especializado e está obrigatoriamente ligado a um hospital materno-infantil, sendo responsável pela coleta, controle da pasteurização, qualidade e distribuição do leite para a UTI neonatal, de modo a suprir a demanda de bebês internados. Vale ainda lembrar que o leite humano deverá sempre ser doado, nunca vendido.
Toda mãe que tem leite em excesso pode fazer a doação. É muito simples, e basta seguir a seguinte orientação:
• Esterilizar um vidro com tampa.
• Prender os cabelos com uma touca e colocar uma fralda no rosto tapando nariz e boca.
• Lavar com sabão os seios e secá-los.
• Lavar com sabão as mãos e braços até a altura dos cotovelos e secá-los.
• Desprezar o primeiro jato do leite.
• Ordenhar as mamas ejetando o leite dentro do vidro, sem tocar na sua borda.
• Guardar o vidro com o leite no freezer.
Além desses passos, não esquecer de anotar em uma etiqueta a data do parto e o dia da coleta. Isto serve para determinar qual o bebê mais indicado para receber o leite, pois sua composição se altera com o passar dos dias. Depois, é só ligar para o Banco de Leite mais próximo da sua residência ou para os Bombeiros Amigos do Peito no telefone 0800-646-8283. O atendimento é domiciliar e a ligação é gratuita.
Obs.: O Banco de Leite de Jundiaí atende de segunda a sábado das 7 às 13 horas, e fica na Avenida Henrique Andrés, 547 – Centro, telefone (11) 4521-7244, o atendimento é domiciliar e eles fornecem os frascos para a coleta e realizam toda a orientação! Colabore!!!
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