É uma doença crônica que não tem cura,
que pode ser controlada com medidas de autocontrole da doença. É entendida pelo
aumento crônico da pressão sanguínea nas paredes das artérias, levando ao
aumento da pressão arterial sistêmica (Guyton, 1997). “A hipertensão arterial
sistêmica (...) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis
elevados e sustentados de pressão arterial (...)” (Diretrizes Brasileira de
Hipertensão, p.8, 2010).
De acordo com Brunner & Suddarth
(2009), Constanzo (2004), suas causas geralmente são idiopáticas, porém existem
fatores que podem predispor a hipertensão arterial, tais como:
·
Aumento
da atividade do sistema nervoso simpático relacionado com a disfunção do
sistema nervoso autônomo.
·
Aumento
da reabsorção renal de sódio, cloreto e água relacionada com uma variação
genética nas vias pela quais os rins manuseiam o sódio
·
Aumento
da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona resultando em expansão
do liquido extracelular e resistência vascular sistêmica aumentada.
·
Resistência
a ação da insulina, que pode ter um fator comum que associa a hipertensão, o
diabetes melittus do tipo 2, hipertrigliceridemia, obesidade e intolerância a
glicose.
·
Vasodilatação
aumentada das arteríolas relacionada com a disfunção do endotélio vascular.
Segundo Margis et al. (2011) o estresse crônico é um
importante predisponente para o desenvolvimento da hipertensão arterial, este
autor enfatiza o papel do locus ceruleus
no cérebro aumentando o limiar da pressão arterial na presença do
estresse. Selye (1956), o pai da síndrome de
adaptação geral-SAG, já afirmava que o estresse é um possível desencadeador da
hipertensão.
O mecanismo responsável pela hipertensão
arterial crônica é o da retenção de água e sal pelos rins provocado pela
angiotensina II uma vez que o mecanismo vasoconstritor sozinho não seria
suficiente para manter os níveis de pressão elevados por muito tempo (Guyton,1997).
O sistema renina-angiotensina-aldosterona pode atuar
como predisponente a hipertensão arterial primária, além deste sistema existe o
neuronal que em casos de hipertensão arterial sistêmica não modificam o ajuste
da pressão arterial mantendo-a alta, ambos estes mecanismos monitoram de perto
a pressão arterial e a comparam com o valor ajustado de aproximadamente 100
mmHg, existem outros fatores que ajudam para o desenvolvimento da hipertensão
como mostrado na Figura 1.
1.2 Sistema
Renina- Angiotensina II da aldosterona
A renina enzima que converte angiotensinogênio
(procedente do fígado) em angiotensina I em angiotensina II através da enzima
conversora de angiotensina (ECA) ou aninase II principalmente nos pulmões e
rins, no pulmão, a angiotensina II atuará por sua vez como vasoconstritor das
arteríolas aumentando a resistência periférica total contribuindo para o
aumento da pressão arterial, a angiotensina II também possui ação na degradação
das bradicinas, um importante vasodilatador, além destas funções, também atua
como um importante estimulador do córtex da adrenal na liberação de aldosterona,
nos rins a aldosterona reabsorve íons de sódio (NA+) e íons potássio
(K+), na reabsorção de sódio, eventualmente acontece o aumento do
conteúdo corpóreo por este íon ocasionando o aumento do liquido extracelular e
volume sanguíneo, que consequentemente aumenta o retorno venoso, aumenta o
debito cardíaco e a pressão arterial (Constanzo, 2004).
Drogas inibidoras da conversão da angiotensina I em
II como no caso o captropril inibem a conversão de angiotensina I em II
reduzindo a formação de angiotensina II, diminui a resistência arterial periférica
e a retenção de sódio e água nos rins favorecendo a diminuição da resistência periférica total (Brunner
& Suddarth, 2009).
1.3 Neuronal
É um mecanismo rápido, porém de curto prazo, composto
pelos barroceptores presentes no seio carotídeo, sensível ao aumento e
diminuição da pressão arterial e, no arco aórtico, sensível principalmente no
aumento da pressão arterial, estas condições de mecanismo de ajuste da pressão
arterial em casos de hipertensão arterial sistêmica crônica é deficiente,
eventualmente a hipertensão será mantida e não corrigida (Constanzo, 2004).
Desconsiderando a hipertensão arterial sistêmica,
quando em casos de aumento da pressão arterial, acarretará no aumento da
velocidade de disparo do nervo glossofaríngeo e nas fibras aferentes, que por
sua vez fazem sinapse no núcleo do trato solitário no bulbo, este utiliza os
centros cardiovasculares do bulbo para reduzir a pressão arterial de volta ao
normal pelo aumento da atividade parassimpática ao coração e diminuição da
atividade simpática ao coração e aos vasos sanguíneos, o aumento na atividade
parassimpática ao nodo AS pelo nervo vago resulta na diminuição da frequência
cardíaca, a diminuição da atividade simpática ao nodo AS auxilia o aumento da
atividade parassimpática, além de também diminuir a contratilidade cardíaca. A
freqüência cardíaca e contratilidade, ambas diminuídas diminuem a pressão
arterial de volta aos parâmetros normais, uma vez que:
Pa= Débito cardíaco x RPT
As drogas, beta bloqueadoras como no caso o atenolol
bloqueia o sistema nervoso sistêmico (receptores beta-adrenergicos)
principalmente os simpáticos para o coração, diminuem o débito cardíaco e o
consumo de O2 e diminui a secreção de renina produzindo uma freqüência
cardíaca mais lenta e pressão arterial diminuída (Brunner & Suddarth, 2009;
AME, 2010).
Figura 1- Fatores envolvidos no controle da pressão arterial
Fonte: Brunner e
Suddarth, 2009
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AME – Administração de Medicamentos na Enfermagem. 8.
ed. Ribeirão Preto: Guanabara Koogan, 2010.
BRUNNER
& SUDARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgico. 11 ed. Rio de
Janeiro: Guanabra Koogan, 2009.
CONSTANZO, L.S. Fisiologia.
2. ed. São Paulo: Elsevier, 2004.
DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO VI – Sociedade
Brasileira de Hipertensão- SBH. Revista
Hipertensão, São Paulo, v. 13, n.1, p.8, Jan/Mar de 2010. Disponível em:
< http://www.sbh.org.br/pdf/revista_hipetensao_1_2011.pdf>.
Acesso em: 23 de Setembro de 2012. ISSN-1809-4260.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado
de fisiologia médica. 9. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1997.
GUYTON, A.C.;
HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9. ed.
Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
MARGIS, Regina et al . Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre, 2011 .
MARGIS, Regina et al . Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre, 2011 .
SELYE, Hans. Stress, a tensão da vida. 2. ed. São
Paulo: Ibrasa, pp. 03-349, 1956.
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