Por: Fernanda S.
É um grupo de doenças metabólicas, com
etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia que resulta de uma
deficiente secreção de insulina pelas células Beta, resistência periférica a
ação da insulina, ou ambas (Grossi, 2006, Brunner & Suddarth, 2009). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sua mortalidade é
cerca de 5% ao ano e, estima-se em mais de 50% de óbitos daqui a 10 anos sem
uma intervenção urgente. O termo tipo 1 indica destruição da célula beta desencadeando
a deficiência absoluta de insulina, quando a administração desta faz-se
necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte (Ministério da Saúde, 2006). O tipo 2 designa a
deficiência relativa de insulina (Ministério da Saúde, 2006) nos tecidos alvo que quando em uso desta não visa prevenir a cetoacidose,
mas sim o controle da hiperglicemia.
1.2 FISIOPATOLOGIA DIABETES TIPO 2
Os principais problemas relacionados com a
insulina no diabetes tipo 2 são a resistência e a secreção prejudicada da
insulina, representado na fig. 1 (Brunner & Suddarth, 2009).
Figura 1: patogenia do diabetes melittus tipo 2
Fonte: Brunner & Suddarth, 2009.
A insulina secretada pelas células beta
do pâncreas é insuficiente para ativar os seus próprios receptores, um
tetrâmero composto de duas subunidades a e duas subunidades b,
presentes nas células alvo, músculo, fígado e tecido que na qual prejudica a
entrada da glicose nas células alvo, acarretando na concentração elevada de
glicose no sangue mesmo em períodos de jejum ou pós-prandial, além disto, menor
quantidade de insulina disponível prejudica o transporte da glicose para as
células alvo. Assim a insulina é incapaz de produzir seus efeitos metabólicos
usuais, como armazenamento de taxas excessivas de glicose no fígado
(glicogênio), tecido adiposo (triglicerídeos) e proteína no músculo, estes
possuem um papel vital em casos severos de jejum na oferta de glicose para o
cérebro, músculo e demais órgãos, além da função de armazenamento a insula
possui outras ações como nos níveis sanguíneos, Tabela 1, além de inibir a
síntese de glucagon, que estimula a glicogenólise e gliconeogênese (Constanzo,
2004).
Tabela 1- Principais ações da insulina e
efeito sobre os níveis sanguíneos
Ação da insulina Efeito no nível sanguíneo
Aumenta a captação de glicose Diminui a glicose sanguínea
pelas células
Aumenta a formação de glicogênio
Diminui a glicogenólise
Diminui a gliconeogênese
Aumenta a sintese de proteína Diminui o aminoácido
sanguíneo
(anabólica)
Aumenta a deposição de lipídeo Diminui acido graxo
sanguíneo
Diminui a lipólise Diminui a [cetoácido]
sanguínea
Aumenta a captação de k+
pelas Diminui k+
sanguínea
células
Fonte adaptada: Constanzo, p. 408, 2004.
2.0 Hipoglicemia
A hipoglicemia é uma das complicações agudas do diabetes, que ocorre quando os níveis glicêmicos
caem abaixo de 50-60 mg/dl (2,7
a 3,3 mmol/L). Sua causa pode ser por reações
insulínicas, muito pouco alimento ou por excesso de atividade físico (Brunner
& Suddarth, 2009) consumo excessivo de álcool (Ministério da Saúde, 2006).
Ocorre frequentemente antes das refeições, quando estas são retardadas ou
quando lanches são omitidos, mas, também pode acontecer no meio da madrugada,
podendo estar relacionada a insulina NPH ou lenta pré-jantar (Brunner &
Suddarth, 2009).
Além desta complicação existem outras
como cetoacidose diabética, síndrome não cetótica hiperosmolar hiperglicêmica,
distúrbios macrovasculares e microvasculares, neuropatias, peridontal, etc. (Brunner & Suddarth, 2009).
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REFERÊNCIAS
BRUNNER
& SUDARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgico. 11 ed. Rio de
Janeiro: Guanabra Koogan, 2009.
CONSTANZO, L.S. Fisiologia.
2. ed. São Paulo: Elsevier, 2004.
DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO VI – Sociedade
Brasileira de Hipertensão- SBH. Revista
Hipertensão, São Paulo, v. 13, n.1, p.8, Jan/Mar de 2010. Disponível em:
< http://www.sbh.org.br/pdf/revista_hipetensao_1_2011.pdf>.
Acesso em: 26 de Setembro de 2012. ISSN-1809-4260.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado
de fisiologia médica. 9. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1997.
GUYTON, A.C.;
HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9. ed.
Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
GROSSI, S.A. O manejo da cetoacidose em pacientes
com Diabetes Mellitus:
subsídios para a prática clínica de enfermagem. São Paulo, 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n4/v40n4a18.pdf>.
Acesso em: 23 de Setembro de 2012.
MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes mellitus. Brasília, 2006.
WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Diabetes Programme. WHO, OMS. Disponivel em:
<http://www.who.int/diabetes/en/index.html>. Acesso em: 23 de Setembro de
2012.
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