quarta-feira, 6 de março de 2013

Caso clínico I

Queridos amigos vamos quebrar a cabeça com o caso clínico que preparei para vocês?

Prestem atenção aos detalhes e tentem dizer qual o provável diagnóstico médico, quais os diagnósticos de enfermagem e prescrição de enfermagem.


Vamos lá?!



1. HISTÓRICO


06/03/2013 ás 07:30 hrs.- Sexo masculino, 67 anos, ensino fundamental concluído, católico praticante, aposentado há 10 anos por vigilante de escola, viúvo, possui 3 filhos, mora no quintal da filha em edícula do tipo de alvenaria com saneamento básico, sendo cuidado pela a mesma, residente natural de São Paulo, refere ser ex-etilista há 10 anos, nega ser tabagista e ex-tabagista, refere não saber o seu fator RH e se possui algum tipo de alergia, hipertenso há 27 anos, diabético do tipo 2 há 10 anos, desconhece quanto a histórico de doenças crônicas e câncer em parentes diretos, relata fazer uso de medicamentos em casa, 40 un. de insulina, 1x/d., pela manhã, referindo não saber quanto o tipo de insulina ao seu tempo de ação; Captropil e atenolol 2x/d, manhã e tarde, desconhece a quantidade em mg. dos medicamentos orais. A alimentação é composta por 5 refeições ao longo dia, café da manhã às 10:00 hrs composto por café com leite e bolacha, antes do almoço alimenta-se de duas frutas: banana e laranja, almoça ás 12:00, arroz, feijão, salada no almoço frequentemente e relata que geralmente a mistura é variada durante a semana, relatando ainda que de vez em quando por volta das 14:30 come pão e toma café com leite; às 16:00 hrs alimenta-se de  frutas, às 18:30 janta, e ás 20:00 hrs., dorme. Em janeiro desse ano foi submetido a uma consulta com urologista onde foi constatado câncer de próstata, após exames complementares, ficou internado por 93 d., no hospital, durante a internação refere que foi submetido a hemodiálise 3x/ semanais, após esse tempo recebeu alta e retornou ao hospital novamente após 30 d. para realização de prostatectomia. Relata que desde então “sente dor ao urinar”, e que há aproximadamente dois meses realiza idas hospitalar para observação de quadros de hipoglicemia. A procura a este hospital segundo o paciente foi por decorrência de perda de consciência em casa, sendo trazido pela filha. No momento auxiliar de enfermagem do setor PS relata dextro de 250 mg/dl.



2. EXAME FÍSICO

Encontra-se sentado em leito semi-fowler, consciente, orientado em tempo e espaço, com gasglow 15, relato verbal de “tontura” e, dor moderada, 4-5 na escala visual analógica, comunicativo, colaborativo. Cabeça ereta e em perfeito equilíbrio sem lesões, galos ou sulcos. Couro cabeludo íntegro, cabelos grisalhos e secos. Face simétrica, mucosas oculares e orais coradas e hidratadas, escleróticas de coloração normal, pupilas isocóricas, fotorreagentes e medindo 3 mm., acuidade visual preservada, pares de nervos cranianos com atividades normais (oculomotor, troclear, abducente), narinas desobstruídas sem desvio de septo, sensação dolorosa e lesões, lábios íntegros corados e hidratados, arcada dentária superior e inferior preservada e sem presença de cáries, região sublingual e lingual sem presença de saburra e halitose, orelhas simétricas e alinhadas,  pavilhão auditivo externo com grande quantidade de cerúmem,  relato verbal de zumbido, gânglios inframandibulares e mentuais não infartados. Pescoço com gânglios ant. e post. não infartados,  traquéia móvel e alinhada medialmente, traquéia não palpável. Toráx simétrico, sem presença de abaulamentos e cicatrizes, com expansibilidade torácica simétrica, murmúrios vesiculares em hemitórax sem presença de ruídos adventícios, eupnéico (FR= 19 mr/m). A ausculta cardíaca, BRNF em 2 T’ sem sopros audíveis, normotenso e normocárdico, PA em artéria braquial no braço direto = 120x80 mmHg, PA em artéria braquial no braço esquerdo (130x80 mmHg), pulso apical com 72 bpm à ausculta, pulso braquial e radial cheios e rítmicos com 70 b/m, pulsos poplíteos  cheios e rítmicos com 64 b/m, artérias carótidas normo rítmicas sem presença de ruídos audíveis. Abdome arrendodado sem presença de cicatrizes, RHA positivos e normais em todos os quadrantes, timpânico a percussão, indolor a palpação, sinal de Jordano negativo. MMSS com extremidades frias, acesso venoso periférico com cateter sobre agulha n. 20 em face anterior da região média do antebraço esquerdo, com infusão de soro glicosado a 5%, sem presença de sinais flogísticos, afebril (T axilar= 37,0° C), gânglios axilares não infartados. MM sem presença de edema, sinal de godet negativo, turgor preservado, preenchimento capilar lento em MMSS = 4,  seg., em MMII= 2 seg. Eliminação urinária espontânea presente, intestinal presente. Enf. Fernanda.



sexta-feira, 1 de março de 2013

TALASSEMIA


poR dOUTOR DRAUZIO vARELLA
Talassemia, também conhecida como anemia do Mediterrâneo, é uma doença hereditária trazida para o Brasil pelos habitantes dos países banhados pelo mar Mediterrâneo (portugueses, espanhóis, italianos, gregos, egípcios, libaneses). Sua principal característica é a produção anômala de hemoglobina, uma proteína do sangue responsável pelo transporte de oxigênio para todos os tecidos do organismo.
Existem dois tipos de talassemia – alpha e beta – que podem manifestar-se nas seguintes formas: minor, intermediária e major. A forma minor, ou traço talassêmico, produz um grau de anemia leve, assintomático e que pode passar totalmente despercebido. Na forma intermediária, a deficiência da síntese de hemoglobina é moderada e as consequências menos graves. Já a talassemia major, ou anemia de Cooley, é uma forma grave da doença, causada pela transmissão de dois genes defeituosos, um do pai e outro da mãe. Isso provoca anemia profunda e outras alterações orgânicas importantes, como o aumento do baço, atraso no crescimento e problemas nos ossos.
Sintomas
Os sintomas estão diretamente relacionados com a gravidade da doença. Os mais comuns são:
* Cansaço e fraqueza;
* Palidez e icterícia;
* Atraso no crescimento;
* Abdômen desenvolvido;
* Aumento do baço;
* Alterações ósseas.
Diagnóstico
Para estabelecer o diagnóstico, é importante levantar a história clinica e obter informações sobre a origem étnica do paciente. Exames de laboratório, entre eles a eletroforese de hemoglobina quantitativa e qualitativa, são importantes para determinar o tipo da doença.
Tratamento
A talassemia minor não demanda tratamento específico. Em certas circunstâncias (na gravidez, por exemplo), a suplementação com acido fólico pode trazer benefícios para os portadores da doença.
A talassemia intermediária pode requerer a indicação de transfusões de sangue com a finalidade de aumentar a oferta de glóbulos vermelhos.
Portador de talassemia major necessita de transfusões de sangue regulares e de medicamentos para retirar o excesso de ferro que se acumula em determinados órgãos (terapia quelante do ferro). O transplante de medula óssea também pode constituir uma solução terapêutica nesses casos.
Recomendações
* Ainda não se conhece a cura para a talassemia, mas há opções de tratamento que tornam possível controlar a doença;
* O aconselhamento genético para os portadores dos genes alterados da talassemia é a única forma de os pais estimarem o risco de gerar um filho com a doença;
* Quanto mais cedo for detectado o problema e iniciado o tratamento, maiores serão as chances de a criança com talassemia major chegar à vida adulta.